sábado, 30 de agosto de 2008

Minas Gerais reforça vacinação contra a rubéola

Da AGÊNCIA MINAS

Um alerta para toda a população: até quem já se vacinou contra a rubéola nos últimos anos deve se imunizar novamente. Segundo a gerente estadual de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES/MG), Jandira Lemos, não é possível extinguir, definitivamente, o vírus da doença e, por isso, é necessário que 95% dos habitantes se protejam, pois, só assim, será possível eliminar a rubéola.

“Quem já teve a doença também deve se vacinar. Isso porque nem sempre o diagnóstico tem 100% de comprovação e, portanto, somente por meio da vacina se garante a imunidade contra a rubéola”, destacou Jandira Lemos.

Até o momento, Minas Gerais alcançou 49,22% de cobertura, índice superior ao atingido pelo País, que é de 46,30 por cento. A região Norte é a que apresenta as menores taxas, tendo o Amapá com 30,68%, Roraima com 31,65%, o Amazonas com 31,76%, Pará com 37,23% e Acre com 38,83 por cento. No Sudeste, o Estado de São Paulo alcançou 42,18%, o Rio de Janeiro 46,58% e o Espírito Santo tem 58,64 por cento.

Vale lembrar que, nos últimos dois anos, 20 Estados, incluindo Minas Gerais, enfrentaram surtos da doença, e que dos quase 8.700 casos registrados no País, 69% foram em homens. “É por isso que a população masculina é, nesta campanha, o nosso principal alvo. As mulheres, por freqüentarem as unidades de saúde para levar seus filhos, se informam mais e, assim, acabam sendo imunizadas. Nosso esforço agora é atrair os homens, afinal eles são transmissores em potencial”, afirmou o secretário estadual de Saúde em exercício, Antônio Jorge Souza Marques.

Também é válido destacar que, em alguns casos, a doença não desenvolve sintomas. Dessa forma, o indivíduo pode, muitas vezes, disseminar a rubéola sem nem imaginar que contraiu a enfermidade.

“Não podemos descartar o risco de uma pessoa transmitir a rubéola sem saber que estava contaminada. E, no caso de passar a doença para uma gestante, as conseqüências, muitas vezes, são graves, já que a enfermidade pode provocar má formação do bebê”, salientou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Felipe Caram.

Para aumentar a cobertura vacinal em Minas Gerais, neste sábado, dia 30, todos os postos de saúde do Estado estarão vacinando, das 8h às 17 horas. Além disso, até o dia 12 de setembro próximo, equipes volantes vão aplicar doses da vacina em empresas, escolas e outras organizações.

“É um esforço coletivo que, certamente, vai surtir efeitos positivos. Cada gestor de saúde deve fazer uma leitura local e desenvolver ações conforme a sua realidade”, afirmou o presidente do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais, Mauro Junqueira.

Segundo autoridades de Saúde, “a rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus, que acomete crianças e adultos, embora esteja entre aquelas que os médicos denominam como próprias da infância. Trata-se de doença comumente benigna, mas pode se tornar grave, sobretudo quando contamina gestantes não imunizadas no primeiro trimestre. Quando a rubéola ocorre em mulheres grávidas, inúmeras complicações podem ser acarretadas à mãe, como aborto, e aos recém–nascidos, como as más formações congênitas”.

“A rubéola é transmitida através da inalação de gotículas de secreção nasal de pessoas contaminadas, que contêm o vírus. Também pode se dar via transplacentária, no caso do feto, a partir da mãe. Crianças nascidas com rubéola, por contágio da mãe grávida (rubéola congênita), podem permanecer como fonte de contágio por muitos meses. Após a contaminação, levam-se em média 18 dias até haver o primeiro sintoma (período de incubação)”.

Os médicos garantem que “a apresentação inicial é, em geral, indistinguível de uma gripe comum e dura de sete a 10 dias. Aparecem sintomas de febre, dores nos músculos e nas articulações, prostração, dores de cabeça e corrimento nasal transparente, até o surgimento das ínguas e, posteriormente, manchas na pele, que duram três dias e desaparecem sem deixar seqüelas. Estes dois últimos sintomas são encontrados, inicialmente, na face e no pescoço, e disseminados pelo tronco e membros”.

“Não há tratamento específico antiviral. A vacina é a única forma de prevenção contra a doença. Somente as gestantes não podem ser vacinadas e as mulheres imunizadas devem evitar a gestação até o mês seguinte à vacinação”, alertam os especialistas.

Nenhum comentário: