Letras inteligentes e bem trabalhadas, temperadas com humor e malandragem peculiares, dão o tom da primeira edição de setembro do Projeto Música Independente. Nesta segunda-feira, dia 1º, o coletivo “Dois do Samba” leva ao público, através do samba, des(a)venturas amorosas e temáticas existenciais relacionadas com a vida contemporânea, recriando, com frescor e vigor, melodias, cadências e intenções perdidas na história do samba de raiz. O show será logo mais, às 19h, no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537), no Centro da Capital mineira, com ingressos a R$ 5,00 (inteira) e R$ 2,50 (meia, conforme a lei).
Projeto composto e interpretado por Dudu Nicácio e Rodrigo Braga, “Dois do Samba” é resultado da vivência e pesquisa artísticas, dos músicos no universo do samba: do partido alto ao samba de roda, passando pelo jongo, samba crioulo e pelo pagode tradicional.
O “Música Independente” é um projeto promovido pela Fundação Clóvis Salgado, com o objetivo dar oportunidade a novos intérpretes, compositores e instrumentistas que se dedicam à música brasileira, com destaque para shows inéditos e novos encontros entre artistas, e a valorização da diversidade de gêneros musicais. As apresentações são entre os meses de maio e novembro, sempre às segundas-feiras, no Teatro João Ceschiatti.
Depois de percorrer os aglomerados de Belo Horizonte com o Projeto “Do Morro ao Asfalto”, que propiciou um intercâmbio entre os artistas e o público do centro da cidade e da favela, o coletivo “Dois do Samba”, em turnê de lançamento do seu primeiro cd, invade a cidade com as rodas de samba que têm movimentado os morros da Capital mineira.
No repertório do show de lançamento do CD estão previstos tanto sambas originais de Dudu Nicácio e Rodrigo Braga presentes no disco (destaque para “Samba Morena”, “Muqueca de Tubarão” e “Contrariedade”), quanto clássicos, como “Casa de Bamba” (Martinho da Vila), “Caxambu” (Almir Guineto) e “Samba do Grande Amor” (Chico Buarque).
Em “Dois do Samba”, Dudu Nicácio e Rodrigo Braga (foto/João Castilho) apresentam uma obra fundamentada e criativa. Valendo-se da fórmula de solidariedade entre compositores de samba, a exemplo de clássicos, como Wilson Moreira e Nei Lopes, Baden Powell e Paulo César Pinheiro, Moacir Luz e Aldir Blanc, o projeto evidencia a harmonia, sintonia e cumplicidade desses dois legítimos batuqueiros modernos. No palco, os artistas contam com o cavaquinnho de Warley Henrique, o surdo e cuíca de Rogerinho Sam e as percussões de Batatinha, além da participação especial do compositor e músico carioca, Tiago Mocotó, companhia certa em rodas de sambas de Martinho da Vila e do falecido e legendário Moreira da Silva.
Dudu Nicácio é, atualmente, um dos maiores agitadores da cena musical de Belo Horizonte. Responsável pela criação de projetos que têm movitado a vida cultural da cidade, como o “Samba do Compositor”, que trouxe, recentemente, à Capital mineira, figuras históricas da cultura brasileira, como Hermínio Bello de Carvalho e Nei Lopes; e o “Samba da Madrugada”, que reúne música e boemia ao tradicional bairro do Caiçara, funcionando, às madrugadas de domingo, no Espaço Ziriguidun.
Rodrigo Braga é compositor, pianista, multi-instrumentista e produtor musical. É responsável pelos teclados e percussão de Luis Melodia, Sérgio Lorozza e Leila Maria. Desde 1999, ele faz um trabalho de pesquisa, manutenção e modernização do jongo, ritmo apreendido pela vivência com Mestre Darcy da Serrinha, de quem foi diretor musical.
Um comentário:
dimas,
tudo bem?
estou lançando um blog sobre um documentario que estou produzindo sobre samba
http://muiraquitanblog.blogspot.com/
de uma olhada e um grande abraço
marcoss
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