Da AGÊNCIA MINAS
Durante audiência, ontem, dia 4, com o governador Aécio Neves, no Palácio da Liberdade (foto Wellington Pedro/Imprensa MG), em Belo Horizonte, o presidente da TAM, David Marioni Neto (E) afirmou que a companhia aérea que dirige não defende a idéia de retomada dos vôos partindo do Aeroporto da Pampulha com destino a outras capitais. A declaração foi feita após a confirmação de dois novos vôos internacionais, diários, da empresa, partindo de Belo Horizonte para Miami e Paris (com escalas no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente), a partir do dia 20 deste mês.
“Esse é um grande passo para que, mais uma vez, o Aeroporto Tancredo Neves se fortaleça como aeroporto internacional e o início de um hub de aeroportos internacionais aqui, em Minas Gerais. Temos interesse muito forte em acrescentar muitas operações aqui, porque acreditamos no Aeroporto Tancredo Neves, que tem um hub natural, pois está no meio do Brasil, e, logo, toda a malha viária brasileira passa por Minas”, afirmou Marioni. Segundo ele, a TAM vai implantar 14 novas operações em Belo Horizonte, com a oferta de maior número de vôos em rotas já existentes.
Com as novas rotas internacionais pela TAM, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves passa a contar com 52 vôos semanais para outros países. “Há 12 meses não tínhamos nenhum, o que mostra o acerto da decisão que tomamos”, orgulhou-se o governador dos mineiros.
Marioni Neto confirmou também durante o encontro em Palácio (foto Wellington Pedro/Imprensa MG), a instalação do centro de manutenção de aeronaves da TAM Executiva (empresa de táxi aéreo do grupo) no Aeroporto da Pampulha, com investimentos de R$ 20 milhões e geração de 150 empregos diretos.
Esse novo investimento ratifica Belo Horizonte na posição de destaque na indústria aeronáutica nacional. Recentemente a Gol Linhas Aéreas anunciou a duplicação do seu centro de manutenção, inaugurado em 2006, no terminal de cargas do Aeroporto Tancredo Neves, dos atuais 47,7 mil metros quadrados para 91 mil metros quadrados, com investimento de R$ 78 milhões e geração de 650 empregos diretos. Em maio passado, a Trip Linhas Aéreas assinou protocolo de intenções que garante novos investimentos e ações da empresa em Minas Gerais. O protocolo dá continuidade aos entendimentos mantidos entre a antiga Total e o Governo de Minas, em 2007, pouco antes de ser incorporada pela Trip. O protocolo de intenções prevê a transferência do centro de manutenção de aeronaves da Trip para Minas Gerais e a realização de estudos para investimentos de R$ 40 milhões na implantação de um centro de treinamento de aeronaves ATR no Estado, com a criação de 150 postos de trabalho.
Em relação à retomada de vôos diretos para outras capitais, partindo do Aeroporto da Pampulha, David Marioni explicou, em entrevista, que “o pedido protocolado pela TAM junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi uma reação à decisão da concorrência”. Segundo ele, “a TAM sempre foi a favor de ter apenas um aeroporto operando na Capital do Estado, e este deve ser o Aeroporto Tancredo Neves. Como questão de negócio, achamos que é muito melhor para o passageiro ser atendido no Aeroporto Internacional porque, principalmente agora, com a Linha Verde, ele tem condições de conforto muito melhores e, para nós, uma condição de custo interessante, pois, assiim, conseguimos centralizar as operações em um lugar só”.
Por sua vez, o governador Aécio Neves explicou ao executivo da TAM, que “a retomada de vôos diretos da Pampulha para outras capitais seria um retrocesso no plano de desenvolvimento para o Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte e o esforço que o Governo do Estado tem feito para transformar o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, antes sub-utilizado, em um hub (centro de distribuição de vôos) para todo o País e também em rotas internacionais”.
“No encontro com o presidente Lula, na quarta-feira, falei com ele sobre a minha enorme preocupação com essa tentativa de setores da Anac de permitirem a retomada de vôos diretos do Aeroporto da Pampulha para outras capitais. Expliquei a ele que o fortalecimento do Aeroporto Tancredo Neves, inclusive com os investimentos da Linha Verde, que foram feitos exclusivamente pelo Estado, é um vetor de desenvolvimento de Minas Gerais. E esvaziá-lo agora seria um retrocesso para o Estado”, argumentou. “O presidente concordou inteiramente com isso, e pediu que a ministra Dilma conversasse com a Anac”, revelou Aécio Neves, em entrevista.
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