sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Minas Gerais protege lésbicas vítimas de violência

Da AGÊNCIA MINAS

Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas (Sedese), por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres (Cepam), e a Associação Lésbica de Minas Gerais vai possibilitar atendimento jurídico, psicológico e social às mulheres lésbicas vítimas de qualquer tipo de violência. Tudo com sigilo total.

O termo de cooperação técnica nesse sentido será assinado nesta sexta-feira, dia 5, às 15h, em Belo Horizonte, pelo secretário adjunto de Desenvolvimento Social, Juliano Fisicaro, pela presidente da Associação Lésbica de Minas Gerais, Soraya Andrea Menezes, e pela coordenadora em exercício da Cepam, Eliana Piola. A iniciativa tem a parceria do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (GLBTTT), de Minas Gerais. O Centro ajudará na divulgação dos serviços de atendimento às mulheres lésbicas, de violência, por meio de material publicitário, educativo e de mídia.

Eliana Piola explica que a idéia surgiu em razão de não haver registros de atendimento às mulheres lésbicas pelo serviço que atende mulheres vítimas de violência, oferecido pela Cepam. Eliana conta que um dos motivos é a falta de preparo específico da equipe multidisciplinar. “Nossa equipe vai receber treinamento da Associação Lésbica para prestar um atendimento especial. Serão abordados temas como linguagem, diversidade sexual feminina e vivência lésbica”, anuncia.

A capacitação está prevista para ter início ainda neste mês e será feita no Centro Risoleta Neves, ligado à Cepam. Piola afirma que a iniciativa vai além do atendimento, e ressalta o pioneirismo da parceria. “Vamos encaminhar os casos aos órgãos competentes. Não existe nada semelhante no Brasil. É mais uma ação pioneira do Governo de Minas”.

A presidente da Associação Lésbica, Soraya Menezes, ressalta a importância da iniciativa. “Muitas vezes, a lésbica sofre algum tipo de violência, mas não denuncia porque tem medo da visibilidade. O preconceito também nos leva a esconder as diversas formas de violência”, constata.

Agora, com o treinamento de profissionais especificamente para atender às mulheres lésbicas, Soraya Menezes espera que essa realidade mude. “Vamos ter oportunidade para falar, com tranqüilidade e segurança. O silêncio precisa ser rompido”, desabafa a presidente, lembrando que o serviço manterá o sigilo das vítimas.

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