terça-feira, 9 de setembro de 2008

AMMG promove palestra sobre ‘Fatores Psíquicos e Asma’

Da Ascom/AMMG

Com o objetivo de explicar aos asmáticos como lidar com o agravante psíquico da doença, os Departamentos de Alergia, Pediatria e Pneumologia da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), promovem, nesta terça-feira, dia 9, em Belo Horizonte, a palestra “Fatores psíquicos e asma: existe ligação?” A iniciativa é uma promoção da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia-MG, Sociedade Mineira de Pediatria, Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica (departamentos científicos da AMMG) e da Abra-BH, organização não-governamental que reúne profissionais de saúde, asmáticos e seus familiares.

A conferência será às 19h30min, na sede da AMMG (Av. João Pinheiro, 161), no Centro da Capital mineira. Com vagas limitadas, as inscrições para a palestra são gratuitas, e podem ser feitas pelos telefones (31) 3247-1647 ou 3247-1600.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “a asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas, acomete 300 milhões de pessoas em todo o mundo, e pelo menos 10% dos brasileiros”. Além disso, “analistas têm observado que alguns pacientes asmáticos (crianças, adolescentes e adultos) apresentam angústia em grau elevado”. Para os especialistas, “algumas questões emocionais se refletem no corpo e comprometem a função vital da respiração, abrindo uma porta de entrada para a piora da asma”.

Entre as “múltiplas causas que contribuem para o aparecimento da asma”, a Regional Minas da Sociedade Brasileira de Alegia e Imunopatologia destaca: a hereditariedade – podemos ou não herdar genes que favorecem o surgimento da asma e que geram uma resposta inflamatória com um perfil típico, caracterizando resposta alérgica aos fatores do ambiente; o ambiente – nossa casa ou trabalho também podem ser propícios para desencadear a doença, devido a tabagismo ativo ou passivo, poluição do ar em níveis muito elevados, presença de ácaros, mofo, insetos e animais domésticos em concentrações suficientes para levar à sensibilização; o uso de alguns medicamentos. como os beta-bloqueadores, usados no tratamento da hipertensão arterial, e o ácido acetilsalicílico; e alguns tipos de infecções respiratórias que surgem muito precocemente nas crianças também podem favorecer o aparecimento de asma”.

Segundo a psicanalista Silvia Myssior, “a relação entre a mãe e o recém-nascido imprime as primeiras influências emocionais no indivíduo. Os reflexos dessa relação podem desencadear ou agravar um quadro de asma”, seja na infância ou na fase adulta. “A influência demasiada da mãe no desejo do filho faz com que o paciente responda em seu corpo. Assim, sem conseguir se expressar em palavras e em atos, surgem a angústia e um enorme desconforto que essa proximidade excessiva provoca. O paciente passa a apresentar dificuldade respiratória, como falta de ar, ‘afogamento’. A garganta fecha, com a sensação de que o ar não passa”, explica a psicanalista. “As reações que se verificam no corpo podem se tornar graves, levando o paciente até mesmo à morte”, alerta a especialista.

A alergologista Maria Cândida Marques chama a atenção para a “importância de se associar o tratamento medicamentoso à abordagem psico-afetiva quando a asma está relacionada a fatores psíquicos, especialmente em casos graves, de difícil controle, refratários aos tratamentos medicamentosos convencionais”. Ela entende que, “nesses casos, quanto mais cedo o paciente for encaminhado pelo médico ao tratamento psicanalítico, melhores as possibilidades do problema ser tratado, com maiores chances de diminuição dos sintomas da asma ou mesmo recuperação”.

Maria Cândida reitera a importância de exames complementares e a existência de inúmeros protocolos e alterações fisiológicas, imunológicas e bioquímicas pelas quais o indivíduo pode ser identificado como “asmático”. “O diagnóstico da asma ainda é eminentemente clínico, ou seja, não existe um exame específico”, explica. A médica alerta para o fato de a doença ocupar “a quarta posição nas internações no Sistema Único de Saúde e provocar a morte de três mil brasileiros por ano”. É que “a asma atinge pessoas de todas as idades. No Brasil, uma em cada quatro crianças na faixa etária dos 6 aos 14 anos sofre com a doença, mas o maior número de vítimas fatais, no entanto, está entre os idosos”.

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