sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Fhemig lança campanha educativa contra drogas

Da AGÊNCIA MINAS

O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), da Rede Fhemig, lançou ontem, dia 11, em Belo Horizonte, a Campanha Educativa “Se liga, droga não é brincadeira”. O foco da prevenção são os adolescentes, em cuja fase da vida o primeiro contato com as drogas é mais próximo. Trinta e seis por cento dos pacientes atendidos no CMT são dependentes de crack. O número preocupa, já que a droga é considerada uma das mais desagregadoras e está, muitas vezes, associada a diversos tipos de violência. Na unidade, outros 45% são usuários de álcool; 8% de cocaína; e 9% de outras drogas.

Estiveram presentes ao lançamento da Campanha, representantes da Secretaria de Estado de Saúde e da Subsecretaria Estadual de Políticas sobre Drogas.

Com 25 anos de funcionamento, o Centro Mineiro de Toxicomania foi reconhecido nacionalmente, em 1987, pelo Conselho Federal de Entorpecentes (hoje Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas/Senad), e, em 2002, pelo Ministério da Saúde, como unidade de referência para a área de tratamento e capacitação em álcool e drogas do Estado de Minas Gerais, quando foi credenciado como Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). Atualmente, o CMT atende adolescentes, a partir dos 13 anos de idade, em grupos específicos, e adultos, nas modalidades intensivo, semi-intensivo, não-intensivo, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, conforme Portaria do Ministério da Saúde destinada ao atendimento da população.

O CMT apresentou proposta ao Ministério da Saúde de uma pesquisa sobre a adesão do usuário ao tratamento contra as drogas, com o objetivo de estudar e melhorar a qualidade da atenção e adequar as ações do serviço ao momento atual, considerando os efeitos da globalização na sociedade e nos indivíduos. A gerente assistencial do CMT, Raquel Martins Pinheiro, afirma que, “independentemente da droga utilizada, o ponto central do tratamento é a disposição do usuário em rever suas práticas e escolhas e buscar novas formas de lidar com as pressões do cotidiano e das relações humanas”.

Raquel Martins observa que o uso do crack é intenso, já que seu efeito acontece em três segundos e a duração é em cinco minutos. “Após o efeito, vem a paranóia, a mania de perseguição e a depressão. Por causa desse efeito negativo, há o uso de outra pedra para não ter a experiência negativa”. Outro efeito do crack é tirar a fome e o sono do usuário. “A pessoa emagrece rapidamente de oito a dez quilos. A classe mais baixa tem a ilusão de que o crack é uma droga barata, em comparação, por exemplo, com a cocaína”.

No CMT, os viciados em crack, cujo efeito ocorre em três segundos, e duração em cinco minutos, são, principalmente, jovens, entre 18 e 24 anos de idade, normalmente sem vínculo com trabalho, cuja família já está desgastada e a agressão ao idoso é real. Segundo Raquel Martins, 52% dos pacientes chegam à unidade por conta própria, mas o primeiro contato pode ser feito por encaminhamento da família ou de algum serviço de saúde. “Quando a pessoa chega a procurar é porque está pedindo socorro há muitos anos”. Os médicos calculam que o abandono do tratamento corresponda a 30 por cento.

Além de acolher o viciado, o CMT recebe visitas técnicas de outras cidades do País, participa de pesquisas e cursos profissionalizantes, de forma a multiplicar conhecimentos. Além disso, toda quarta-feira, há reunião com grupos de estudantes, em que são repassadas informações preventivas sobre drogas.

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