quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Anac descarta aviões de grande porte na Pampulha

Da Ascom/ALMG

Apesar de ainda não haver uma resposta oficial da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), a chance de que os pedidos da TAM e da Gol para operarem com aviões de grande porte no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, sejam aprovados, é praticamente nula. Essa informação foi passada ontem, dia 17, pelo superintendente de Infra-Estrutura Aeroportuária da Agência, Ânderson Ribeiro Correia, aos deputados da Comissão Especial dos Aeroportos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
“A capacidade operacional da Pampulha, hoje, está no limite da saturação, com uma média de 12 vôos e 400 passageiros por hora”, revelou Correia, para quem "o objetivo da Anac é respeitar essa capacidade". Ele acrescentou que “não existe qualquer projeto de investimentos da Infraero no sentido de ampliá-la”.

A fala do representante da Anac tranqüilizou os dirigentes de associações de moradores presentes à reunião. Juliana Renault Vaz (Pró-Civitas), Flávio Marcus Ribeiro de Campos (Associação dos Amigos da Pampulha - Apam) e Edilson de Almeida Júpiter (Associação Comunitária dos Bairros Aeroporto, Jaraguá e Adjacências) haviam manifestado preocupação com o possível retorno de aviões de grande porte ao terminal da Pampulha, alegando riscos para a segurança dos moradores, além do conseqüente aumento do trânsito na região e poluição sonora.

Também presentes à reunião, representantes da Gol e da TAM confirmaram que as empresas pediram autorização para utilizar o Aeroporto da Pampulha. A Gol pediu para operar 10 vôos, em Boeings 737, com destino a Brasília e ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Já a TAM solicitou autorização para operar nove vôos em aeronaves Airbus A-319 para os aeroportos Santos Dumont, Congonhas (SP) e de Brasília. Além dessas solicitações, a Anac confirmou ainda a existência de um pedido da Ocean Air, que utilizaria aviões Fokker 100, mas não revelou os destinos.

O deputado Fábio Avelar (PSC), presidente da comissão, abriu a reunião citando a informação de que uma nova empresa que vai operar no Brasil, a Azul Linhas Aéreas, teria encomendado vários aviões à Embraer (de acordo com notícias veiculadas pela imprensa, trata-se de 16 aeronaves modelo 190, com capacidade para 106 passageiros) e, em contrapartida, receberia autorização para pousos e decolagens na Pampulha. “Por isso, disse ele, Gol e TAM, por questões de competitividade, se anteciparam e pediram o mesmo direito”.

Respondendo ao questionamento do advogado da Apam e da Pró-Civitas, Ricardo Alvarenga, que quis saber se a Azul chegou a solicitar autorização para operar na Pampulha, o representante da Anac informou que, no que diz respeito à questão da infra-estrutura, não existe nenhum pedido, até porque a Azul ainda não obteve o Certificado de Homologação de Transporte Aéreo (Cheta), documento que garante que a empresa cumpre normas, requisitos e padrões estabelecidos pela Anac, além de qualidade e eficiência. No entanto, ele não soube dizer se existem negociações de bastidores entre a Azul e os órgãos que regulam a aviação no Brasil.

O coordenador de Comércio Exterior da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Acácio Santos, e o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Minas Gerais, José Eugênio Aguiar, também compareceram à reunião para manifestar suas posições contrárias ao retorno de vôos de Confins para a Pampulha. Já o deputado Gustavo Valadares (DEM) defendeu investimentos não na ampliação, mas na revitalização do Aeroporto da Pampulha, uma vez que 60 aeroportos regionais no Estado estão tendo suas capacidades ampliadas e isso deve gerar aumento no fluxo de passageiros na Pampulha.

Participaram da reunião de ontem, na ALMG, os deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Gustavo Valadares (DEM), vice; Vanderlei Jangrossi (PP) e Célio Moreira (PSDB). A Gol foi representada pelo seu assessor de Infra-Estrutura Aeroportuária, Issac Miguel Ferrarezi, e a TAM, pelo seu gerente de vendas, Terci Rodrigues.

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