quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ALMG ouve jornalista sobre ‘armação policial’

Da Ascom/ALMG

O jornalista mineiro, José Cleves Filho, que, no último dia 27, foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça da acusação de assassinato da esposa, em 2000, será ouvido nesta quarta-feira, dia 17, pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A reunião com o jornalista será às 10h, no Teatro da ALMG, e atende a requerimento dos deputados João Leite (PSDB) e Durval Ângelo (PT), este, presidente da Comissão. Cleves vai mostrar aos parlamentares como foram produzidas provas fraudulentas contra ele, que o levaram a ser processado e a perder o emprego no Jornal “Estado de Minas”, numa verdadeira “armação policial”.

Conhecido por denunciar a "banda podre" da polícia mineira em suas reportagens, José Cleves foi acusado de matar a tiros sua esposa, Fátima Aparecida de Abreu Silva, em 10 de dezembro de 2000. Segundo carta enviada pelo jornalista à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, no dia do crime, dois homens abordaram o carro do casal, no bairro Camargos, em Belo Horizonte, e o obrigaram a ir para um local ermo. Ali, roubaram R$ 500,00 em dinheiro e executaram Fátima Silva, com três tiros.

Menos de 72 horas depois, Cleves foi indiciado pelo delegado Édson Moreira, então chefe da Divisão de Crimes contra a Vida de Belo Horizonte, como autor do crime. O indiciamento se baseou na localização de um revólver calibre 38, que pertencia ao cabo Natalício Ramos, do Serviço Secreto da Polícia Militar. O delegado argumentou que Cleves teria comprado a arma do militar, mas nenhuma prova dessa negociação foi apresentada. Além disso, Cleves relatou vários outros erros grosseiros na apuração do crime, provavelmente cometidos pelo delegado e outros três peritos, com a intenção de incriminá-lo.

Agora, com o processo arquivado, José Cleves pretende buscar a reparação dos danos morais e materiais sofridos. Ele alegou, em entrevista ao site “Jornalistas de Minas”, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, que a armação policial, que o transformou de vítima de um assalto em autor de um crime, “teve o objetivo de interromper as denúncias contra a corrupção policial em Minas Gerais”, feitas por ele.

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