terça-feira, 11 de novembro de 2008

Governo e setor privado debatem eqüideocultura mineira

Da AGÊNCIA MINAS

As cinco comissões criadas pela Câmara Técnica da Equideocultura para tratar dos assuntos considerados entraves ao desenvolvimento do setor em Minas Gerais se reúnem, nesta terça-feira, dia 11, na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga Marchador, em Belo Horizonte. A câmara foi criada em 2004 para atuar como unidade de estudo e apoio técnico ao Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa).

As necessidades do setor estão relacionadas no Plano Setorial da Eqüideocultura, elaborado pela Câmara, em julho deste ano. São citados como dificuldades: recursos financeiros para aplicação específica em atividades de defesa sanitária animal ligadas à sanidade eqüídea (cavalos, jumentos e mulas); inserção do eqüídeo nos meios turístico, ambiental, cultural e social; diminuição da carga tributária sobre o setor; treinamento de mão-de-obra especializada para a lida com eqüídeo; e realização de feiras e leilões durante todo o ano. Cada Comissão é responsável por analisar especificamente um problema e propor soluções. Representantes de órgãos do governo e iniciativa privada compõem os grupos.

O IMA é, em Minas Gerais, o órgão responsável pela defesa sanitária animal e, conseqüentemente pela execução das ações previstas no Programa Nacional de Sanidade dos Eqüídeos (PNSE), criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Um dos maiores problemas, no que se refere à sanidade animal, é a Anemia Infecciosa Equina (AIE), doença de ocorrência mundial, causada por um vírus que afeta somente os eqüídeos. Sua transmissão no meio natural se dá por insetos sugadores, que transferem sangue do animal doente para o animal sadio, porém a disseminação rápida no rebanho se dá pelo uso compartilhado, sem desinfecção prévia, de agulhas, seringas, esporas, dentre outros. A AIE não tem cura e nem vacina, por isso o animal contaminado deve ser isolado, impedido de transitar e, em seguida, sacrificado.

Em agosto do ano passado, a doença ganhou um reforço legal em Minas Gerais, com a publicação da Lei n.º 16.938, que instituiu a Política Estadual de Controle e Erradicação da Anemia Infecciosa Equina.

Apesar das imposições legais, nem todos os produtores seguem às normas. Muitos desconhecem a legislação, e acabam, involuntariamente, favorecendo a disseminação da doença. O produtor rural não tem o hábito de procurar um médico veterinário ou um profissional do IMA, quando ocorre a morte de algum animal, por exemplo. O comércio e o trânsito dos animais, sem o atestado de exame negativo para a AIE, o que é ilegal, também comprometem as ações de prevenção.

Além disso, muitas aglomerações de animais, como vaquejadas e cavalgadas, não têm a presença de um médico veterinário responsável técnico pelo evento, que exija a documentação sanitária pertinente. A orientação do IMA é de que o produtor não envolva seus animais em eventos que não exijam nenhum tipo de documento sanitário.

Minas Gerais possui o segundo maior rebanho eqüídeo (cavalos, jumentos e mulas) nacional com 1,1 milhão de cabeças, ficando atrás somente da Bahia, que possui 1,3 milhão de animais. Com relação ao rebanho eqüino (cavalos e éguas), Minas ocupa o primeiro lugar, com 865 mil animais.

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