quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Fórum internacional em BH discute o envelhecimento

Da AGÊNCIA MINAS

Toxina botulímica, laserterapia, carboxiterapia, peeling. Termos como estes, dos compêndios de medicina, fazem cada dia mais parte do cotidiano de homens e mulheres, sempre à procura de novas “armas” para driblar o envelhecimento. É com esse objetivo, que mais de 700 especialistas em dermatologia de toda a América do Sul se reúnem, a partir desta quarta-feira, dia 19, no GranDarrell Minas Hotel, em Belo Horizonte, no IV Fórum Internacional sobre Envelhecimento Cutâneo. Paralelamente, acontece o III Congresso da Academia Brasileira de Dermatologia (ABD) e o I Simpósio em Psoríase, no mesmo local.

“Há muito tempo que a preocupação em deter os sinais do envelhecimento não é mais uma exclusividade feminina. Cada vez mais, homens também estão procurando as últimas novidades nos tratamentos dermatológicos. O importante é ser feliz e, por fazer as pessoas mais felizes, a dermatologia é fascinante”, afirma a dermatologista e presidente da ABD, Sandra Lyon. “Afinal, o espelho é o melhor amigo do ser humano”, emenda a médica do Hospital Eduardo de Menezes, da rede Fhemig, referência estadual em dermatologia.

Segundo Sandra Lyon, quando o assunto é envelhecimento cutâneo, são muitas as alternativas para driblar o tempo – todas de uso consagrado, com resultados bem mais satisfatórios do que os obtidos pelas madames Leonina e Klimeck, do “Zorra Total”, da TV Globo. O uso da toxina botulímica, ou simplesmente botox, por exemplo, é aconselhada para esconder as chamadas rugas dinâmicas, que aparecem, entre outras situações, quando a pessoa sorri. No caso das rugas permanentes, os sulcos no rosto visíveis todo o tempo, a alternativa é o preenchimento cutâneo. “O preenchimento é feito com substâncias naturais que são absorvidas pelo organismo depois de algum tempo, sendo necessário refazer o procedimento”, conta. Há ainda o peeling, bastante em moda atualmente, que podem ser químicos e físicos, com ácidos ou procedimentos que estimulem a renovação celular. “Mas não há limites para os avanços na dermatologia”, completa a especialista.

Por fim, outros dois recursos nesta área são a laserterapia e a luz pulsada. A laserterapia, como o próprio nome diz, consegue até mesmo “apagar” tatuagens com o uso de um equipamento laser, mas também pode ser usado em hemangiomas – manchas de nascença – ou depilações. Já a luz pulsada, um tipo de laser, é recomendada para manchas na pele em geral, como as que aparecem com a idade. “Mas é importante ressaltar a necessidade de aconselhamento de um dermatologista antes de tudo”, reforça Sandra Lyon, que destaca a presença no evento de Leonor Alda Vaz Girão, dermatologista portuguesa de renome internacional, que fará a abertura do I Simpósio em Psoríase, evento paralelo ao Fórum.

Sobre a psoríase, doença que tem como referência estadual em tratamento o Hospital Eduardo de Menezes, unidade da Fhemig, Sandra Lyon lembra que se trata de um problema mundial. “Estima-se que de 2% a 4% da população seja vítima da doença em todo o mundo, uma inflamação da pele não contagiosa associada, por exemplo, ao tabagismo, alcoolismo ou predisposição familiar. Se não diagnosticada e tratada, ela pode evoluir para quadros mais graves, como a artrite psoriásica, que é mutilante”, alerta.

Segundo a dermatologista, para a maioria dos casos, há tratamento, mas a equipe do Eduardo de Menezes, às vezes, se depara com os chamados “casos refratários”, sem resposta aos medicamentos. Os últimos avanços nos cuidados dispensados a esses pacientes serão discutidos no Simpósio. “São, em média, 100 atendimentos diários pela equipe de Dermatologia do Hospital Eduardo de Menezes. Além da psoríase, atendemos casos de Leishmaniose, dermatoses associados ao HIV (Aids), doenças metabólicas, acne e até alopecia, a popular queda de cabelo”, conta.

“Em dermatologia, às vezes, sintomas simples podem esconder doenças graves, como a sífilis, e é preciso investigar para descobrir sua origem. Há casos de doenças endêmicas, como a criptocose, um tipo de micose em que fungos podem atacar, além da pele, órgãos internos. Os pacientes que chegam ao Eduardo de Menezes encontram atendimento especializado de qualidade. Às vezes, chegam até nós, sem um diagnóstico preciso, como no caso da Epidermólise Bolhosa, na qual nosso hospital é referência”, diz. Essa doença, rara, acomete crianças desde o nascimento, e é perceptível com o surgimento de bolhas que evoluem para lesões nos mínimos traumas.

“Esses pacientes precisam de curativos especiais e o tratamento é feito em parceria com o Hospital Infantil João Paulo II (antigo CGP), também da Rede Fhemig”, completa. Os avanços no tratamento dessas doenças, pouco conhecidas da população, serão tema do III Congresso da ABD, que acontece simultaneamente ao I Simpósio em Psoríase e ao IV Fórum Internacional sobre Envelhecimento Cutâneo.

A programação completa dos três eventos pode ser conferida no site www.congressoabd.com.br .

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