terça-feira, 28 de outubro de 2008

Silviano Santiago lança livro no ‘Ofício da Palavra’

O múltiplo e premiado Silviano Santiago - romancista, ensaísta, crítico literário, poeta e contista Silviano Santiago é o convidado do Projeto Ofício da Palavra desta terça-feira, dia 28, no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. A partir das 19h30min, no Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, ele conversa sobre literatura com o público, e lança seu novo romance, “Heranças” (Rocco).

Segundo o professor Wander Melo Miranda, da UFMG, “o livro é um corte transversal na ficção brasileira contemporânea, ao apontar outras formas de levantar questões relativas à burguesia nacional”. O livro é “um convite para uma experiência liminar entre vida e morte. Retomando a tradição cínica e jocosa do realismo de Machado de Assis e adicionando doses do melodrama de Nelson Rodrigues, o resultado é um texto que toma a via oposta àquela de heranças literárias mais recentes: banalização da linguagem, visão estereotipada do marginal e violência urbana tornada espetáculo”.

Três vezes vencedor do Prêmio Jabuti, com os livros “Em liberdade” (romance, 1982), “Uma história de família” (romance, 1993) e “Keith Jarret no Blue Note” (contos, 1997), Silviano Santiago é, hoje, um dos nomes mais respeitados da cena literária brasileira. Seus livros de ensaios se tornaram clássicos traduzidos em vários países e seus contos e romances revelam um ficcionista refinado.

Mineiro de Formiga, Silviano passou os primeiros anos de sua formação intelectual em Belo Horizonte. Em 1959, recebeu uma bolsa para se especializar em literatura francesa, no Rio de Janeiro, e juntou-se ao numeroso time de mineiros que transformariam a vida intelectual do Rio ao longo do século XX. Após 10 anos morando fora, entre França e Estados Unidos, retornou em definitivo ao Rio, onde começou, calmamente, a promover uma revolução na crítica literária brasileira. Paralelamente, Silviano ia compondo sua obra ficcional.

Sua primeira obra publicada, “O Banquete”, livro de contos insólitos, foi lançado em 1969 e ia na contramão da literatura “engajada” que então dominava o cenário brasileiro. Daí em diante, suas obras-primas vão se sucedendo: “Stella Manhattan” (1985), “Viagem ao México” (1995), “De cócoras” (1999), “O cosmopolitismo do pobre” (2004), entre muitas outras.

Com curadoria do jornalista e escritor José Eduardo Gonçalves, o projeto oferece entrada franca ao público de até 150 pessoas, e é mais uma iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, que está completando 10 anos de atuação em 2008.

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