sábado, 19 de julho de 2008

Saúde indígena mineira é debatida em Seminário

Da AGÊNCIA MINAS

Com o objetivo de promover um debate sobre as ações voltadas para a saúde do índio, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas (SES/MG) acaba de promover o Seminário Subsistema SUS Saúde Indígena. O evento reuniu representantes do Ministério da Saúde, do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), bem como das diversas comunidades indígenas que existentes no Estado.

“Trata-se de um momento para avaliarmos a atual situação da saúde indígena, abrindo também espaço para sugestões, transformações e adequações. Com isso, ficará mais fácil dar continuidade ao processo de pactuação dos incentivos financeiros destinados aos municípios e estabelecimentos de saúde”, destacou a coordenadora estadual de Saúde Indígena, Simone Faria.

Em Minas Gerais, existem 13 municípios sob jurisdição indígena, abrigando cerca de 13 mil índios: São João das Missões, Coronel Murta, Araçuaí, Resplendor, Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha, Teófilo Otoni/Distrito de Topázio, Carmésia, Martinho Campos, Itapecerica, Caldas e Pompéu.

As chamadas “Nações Indígenas” de Minas são as seguintes: originários do Sul da Bahia, de onde vieram depois da instalação do Parque Nacional de Monte Pascoal, os cerca de 399 Pataxós vivem em Itapecerica e Carmésia, na região Central do Estado; aproximadamene 7.500 índios da etnia Xacriabá têm como referência São João das Missões, no Norte de Minas; cerca de 300 Kaxixós, que lutam contra a destruição de sítios arqueológicos pré-coloniais em seu território, têm como referência os municípios de Martinho Campos e Pompéu, no Vale do Rio Pará, no Alto São Francisco; mais ou menos 270 índios Krenaks encontram-se espalhados por 32 famílias divididas em três aldeias em áreas indígenas na região de Resplendor, no Vale do Rio Doce; nos municípios de Bertópolis, Santa Helena de Minas, Ladainha e Pavão vivem uns 1.300 índios da nação Maxakali, onde a desnutrição resulta da degradação das terra, contaminação das águas e adaptação de práticas tradicionais de caça, pesca e coleta de alimentos, agravada pelo consumo de álcool; conhecidos pela organização visando o reconhecimento oficial de sua identidade étnica, os 250 Aranãs habita os municípios de Araçuaí e Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, onde também ficam apenas 20 índios remanescentes dos Pankararu, que viveram de Pernambuco e se espalharam por várias regiões brasileiras; e os cerca de 90 Xukuru-Karins, originários de Alagoas, vivem no município de Caldas.

Além de capacitar os profissionais de saúde, a SES/MG desenvolve também programas voltados para as comunidades indígenas, como fornecimento de medicamentos necessários ao pronto-atendimento das equipes de saúde nas áreas indígenas, garantindo ao índio o acesso a esses produtos o mais próximo possível de sua residência, tendo em vista que é fundamental respeitar as peculiaridades culturais desses povos. A SES/MG também incentiva a construção de unidades de saúde in loco, possibilitando o atendimento dentro das aldeias e facilitando o acesso aos serviços de saúde. São utilizadas ainda motos nas atividades de agentes indígenas de saúde. Vale destacar que as unidades também são usadas para guardar medicamentos e para que a equipe de saúde desenvolva atividades de urgência e emergência, consultas eletivas, suturas, administração de medicamentos, curativos, entre outros procedimentos.

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