Capoeirista mineiro representa o Brasil na Indonésia

Da AGÊNCIA MINAS

Umm dia após o reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil, dado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma animada roda na Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, ritmada por palmas e som de berimbaus, marcou a despedida do jovem Fernando Ramos da Silva, 22 anos de idade, ex-aluno e atual professor do programa Fica Vivo!. Ele embarca, nesta quinta-feira, dia 17, para Jakarta, na Indonésia, onde representará o Brasil no Festival de Capoeira e Dança daquele país, que acontece de 23 a 27 deste mês de julho.

Fernando Silva foi escolhido entre dezenas de outros jovens por Robston Mateus da Silva, o mestre Binha, coordenador da Organização Não-Governamental Associação Sinhá Bahia - parceira do Fica Vivo! - por sua dedicação, talento e comprometimento. “Na verdade, qualquer um dos jovens participantes das oficinas do programa representariam bem o nosso País. Mas acho que o Fernando merecia esse presente porque ele é um vitorioso. Ele está vivo”, enfatiza.

Mestre Binha refere-se ao fato de Fernando ter conseguido resistir ao tráfico de drogas e à violência, realidades com as quais conviveu muito de perto, no bairro Cabana, em Belo Horizonte, onde mora. “Vi muitos dos meus amigos morrerem ou serem presos por causa do tráfico. Eu estava assustado, não via perspectivas. Aos poucos, encontrei na capoeira e na dança um atalho para escapar da criminalidade”, conta o jovem capoeirista belo-horizontino.

Fernando Silva tem mais dois dos seus três irmãos participando do “Fica Vivo!”: Flaviane freqüenta aulas de dança e Flávio segue os passos do irmão, na capoeira.

Outro exemplo: em junho deste ano, Sebastião Everton de Oliveira, de 21 anos de idade, atendido pelo Fica Vivo, do bairro Palmital em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi um dos cinco representantes brasileiros escolhidos para participar do Encontro Internacional de Jovens para a Prevenção à Criminalidade nas Cidades, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), na África do Sul.