segunda-feira, 27 de abril de 2009

Romance de Benito Barreto recria a Inconfidência Mineira



O escritor mineiro Benito Barreto lança, nesta segunda-feira, dia 27, o romance histórico “Os idos de maio”, em que recria, ficcionalmente, a derrocada da Conjuração Mineira de 1789. O lançamento será a partir das 19h30min, no foyer do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537), no Centro de Belo Horizonte.

“Os idos de maio” narra o momento crítico no qual se desfez a conspiração na rede de delações e prisões que se estendeu pelo Caminho Novo. Criado no século XVIII, o Caminho é uma variante da Estrada Real, que ligava Vila Rica ao Rio de Janeiro.

Os personagens da Inconfidência ganham vida na reconstrução do autor, que aliou liberdade criativa a extensa pesquisa e amplo conhecimento do tema para criar sua versão dos acontecimentos históricos. Barreto buscou recriar não só a participação dos inconfidentes mais notórios, mas também de personagens que se esconderam nos interstícios da História oficial ou que estiveram à margem dos acontecimentos.

Ao percorrer junto com esses personagens os momentos cruciais da conspiração, o autor se propôs jamais extrapolar os limites da verossimilhança com a realidade factual e existencial da Inconfidência. O livro que Benito Barreto lança hoje é a primeira parte da trilogia “Saga do Caminho Novo”, que abordará ainda o terror e os despojos que se seguiram à queda e à prisão dos integrantes do movimento. O trabalho marca os 220 anos da Inconfidência Mineira e os 80 anos de idade do autor, que é natural de Dores de Guanhães, no Centro-Nordeste de Minas

Na obra literária do também jornalista e empresário Benito Barreto (foto/Divulgação) destaca-se a tetralogia “Os Guaianãs”, formada pelos livros “Plataforma vazia” (1962), “Capela dos homens” (1968), “Mutirão para matar” (1974) e “Cafaia” (1975). Já em sua 3ª edição, a tetralogia recebeu diversos prêmios e teve dois de seus volumes traduzidos para o russo e publicados na antiga União Soviética em 1980, com tiragem de 100 mil exemplares. A obra foi reeditada em dois tomos pela Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre, em 1986.

“Os Guaianãs” é uma referência importante da prosa regional brasileira, e narra uma heróica história de resistência, tendo como tema principal uma guerrilha rural hipotética nos sertões baianos e mineiros durante as décadas de 60 e setenta. É uma saga moderna, de cunho essencialmente épico, que mostra a fertilidade imaginativa e o vigor estilístico do autor.

Barreto publicou ainda “Vagagem” (1978), que se apresenta como um livro de “viagens e memórias sem importância”; “A última barricada” (1993), romance em folhetins improvisados, que reúne colunas publicadas no jornal “Estado de Minas” e anotações inéditas, em que ainda ressoam temas e personagens de “Os Guaianãs”; e “Um caso de fidelidade” (2000), que reflete as incertezas do mundo globalizado e pós-ideológico que se sucede à derrocada do socialismo.

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