sexta-feira, 17 de abril de 2009

‘Madrugada’ traz Mart’nália aos palcos de Belo Horizonte



Depois de um concorrido show que agitou a Capital mineira no segundo semestre do ano passado, a Festa Original do Brasil traz de volta à Capital mineira a cantora carioca Mart’nália. O show, que consagra a nova cara da MPB, será a partir das 23h30min, desta sexta-feira, dia 17, no Music Hall (Av. do Contorno, 3.239 – Santa Efigênia), em BH. A apresentação de abertura, por volta das 22h, fica por conta da banda mineira Zumberê.

No show desta noite, Mart’nália (foto/Eny Miranda) interpreta as canções de seu mais recente álbum “Madrugada”. Além delas, a cantora apresenta ainda alguns sucessos já consagrados em sua carreira, como “Cabide” e “Meu Carnaval”. Na apresentação cheia de charme de logo mais, o público pode esperar ainda algumas surpresas. Filha de Martinho da Vila, a cantora da Vila Isabel dedica “Madrugada” às “boas noites” em que passa bem acordada. O álbum tem produção musical de Arthur Maia e Celso Fonseca, e direção artística de Márcia Alvarez.

“Alívio”, de Arthur Maia e Djavan, abre o álbum dando alguns recados. “De madrugada, o samba é mais manso, chega perto do ‘sambacharme’ e se afasta do samba-de-roda diurno. A voz fica mais macia, mais quente”, confessa a artista, concordando com quem entende do assunto. Amiga de Arthur Maia desde menina, Mart’nália quase foi sua parceira em “Alívio”. “Fiquei com essa melodia um tempão, pra colocar letra. Acabou não rolando, e o Arthur passou pro Djavan fazer. Quando ouvi a versão dele pronta, achei tão linda que dei graças a Deus por não ter entregado a minha”, brinca. Mas isso não impediu outras parcerias entre os amigos de infância. Em “Madrugada”, a boa química da dupla aparece em duas: “Deu Ruim” (Arthur Maia/Ronaldo Barcellos/Mart’nália) e “Angola” (Arthur Maia/ Mart’nália/Maré/Paulo Flores).

Segundo Mart’nália, “Arthur Maia traz à tona seu lado mais popular, despretensioso. E Celso Fonseca, sua porção mais sofisticada”. Por isso (e ela gosta de juntar o que é aparentemente contraditório), decidiu que teria os dois dividindo a produção das faixas de “Madrugada”. Também o compositor Celso colaborou com a contemplativa “Ela É Minha Cara”, uma espécie de versão atualizada para “Garota de Ipanema”, feita em parceria com Ronaldo Bastos. A música “Sai Dessa” entrou para o repertório de Mart’nália com propriedade. Composto por Natan Marques e Ana Terra, o samba consta no último álbum lançado por Elis Regina.

E “Madrugada” traz ainda “Batendo a Porta”, clássico lançado por João Nogueira em seu segundo LP, em 1974. A letra vingativa é do mestre Paulo César Pinheiro. E também “Alegre Menina”, composta pela improvável dupla Dori Caymmi e Jorge Amado – e originalmente cantada por Djavan na trilha sonora da novela “Gabriela”. A versão de Mart’nália é dedicada a Nana Caymmi e ganhou vocais de Luíza Possi. Em tom de “brincadeira”, chega a balada apaixonada “Sem Dizer Adeus”, escrita e já gravada por Paulinho Moska, antigo parceiro de Mart’nália.

Além de Moska, outros parceiros fiéis comparecem à roda do sambacharme de “Madrugada”. Mombaça contribui com “Tava por Aí”, samba de irresistível apelo pop, daqueles de ouvir uma única vez e já sair pela rua, cantando. Jorge Agrião, cantor e compositor da Vila Isabel, comparece com “Fé”, feita em dupla com Evandro Lima. Já Thiago Mocotó, irmão e parceiro de Gabriel, o Pensador, nunca tinha composto nada para um disco de Mart’nália, mas já faz parte da turma há tempos. Em 1997, ele emplacou duas músicas suas no álbum coletivo “Butiquim do Martinho” e, agora, traz para a roda o samba “Não Encontro Quem me Queira”, uma das grandes letras do álbum.

À beira de terminar, a madrugada de Mart’nália traz de volta o samba de Martinho da Vila que valeu como canção de ninar durante toda a infância da cantora. A politizada “Tom Maior” foi gravada originalmente pelo autor em 1969.

Provavelmente, com os primeiros raios de sol já entrando pela fresta da janela do palco belo-horizontino é que Mart’nália fecha o álbum e se despede da noitada, com uma versão personalíssima da alegre “Don’t Worry, Be Happy!”. Nos shows, a cantora costuma brincar que é “num inglês de Vila Isabel” que ela canta os esperançosos versos originais de Bob McFerrin, alguns ja vertidos para o português: “Relax que tudo fica diferente. Stress faz adoecer; amor, rejuvenescer. Sorria mais e leve a vida simplesmente”.

“Tem jeito melhor de começar o dia?”, indagam os críticos.
Mais informações sobre o show de hoje – que tem classificação etária para 18 anos (é permitida a entrada de menores somente acompanhados de seus responsáveis legais, munidos de documentos com fotos) – podem ser obtidas pelo telefone (31) 3461-4000.

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