sábado, 14 de junho de 2008

Minas tenta imunizar 95% das crianças contra a pólio

Da AGÊNCIA MINAS

Hoje é dia de vacinação contra a poliomielite, mais conhecida como “paralisia infantil”. Neste sábado, dia 14, das 8h às 17h, em todo o Estado de Minas Gerais, será realizada a Campanha de Vacinação 2008.

Para que Minas Gerais alcance a meta de 95% de imunização das 1.514.624 crianças de zero a quatro anos de idade, o Estado está mobilizando 26.800 profissionais em 7.285 postos fixos e volantes, e contando com 2.200 veículos. Só na Capital mineira, com 171.644 crianças nessa faixa etária, 2.491 profissionais estão envolvidos na Campanha, em 300 postos, apoiados por 78 veículos.
.
Apesar de erradicada do Brasil desde 1989, a poliomielite é uma doença que pode deixar graves seqüelas e até levar à morte. Atingir a meta de 95%, de uma população de cerca de 1,6 milhões de crianças, é a única forma de garantir que o vírus, que ainda circula em países da Ásia e África, não volte para o Brasil.

Em coletiva à imprensa, ontem, dia 13, o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES/MG), Luiz Felipe Caram, enfatizou que é fundamental o apoio dos pais para o sucesso de mais esta campanha. “Os pais devem ser responsáveis e levar seus filhos menores de cinco anos de idade para tomar a vacina. Só assim podemos estar seguros de que não voltaremos a ter problemas com a pólio”, insistiu.

Segundo as autoridades de saúde mineiras, “muitos dos pais, por serem mais novos, não tiveram contato com pessoas com seqüelas da pólio e, por isso não dão importância à vacinação”. Elas admitem ser este “um dos motivos da meta, nos últimos anos, não ter sido atingida”.

“A pólio é uma doença séria. Devemos nos manter alertas e protegidos. O vírus ainda circula em alguns países, e ,com o intercâmbio econômico e cultural e a facilidade de deslocamento, devemos estar seguros”, alertou o subsecretário Caram.

Segundo especialistas, “a poliomielite é uma doença causada por um enterovírus, denominado poliovírus. É mais comum em crianças - "paralisia infantil" -, mas também ocorre em adultos. A transmissão do poliovírus selvagem pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal-oral, o que é crítico em situações em que as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças de baixa idade, ainda sem hábitos de higiene desenvolvidos, estão particularmente sob risco. O poliovírus também pode ser disseminado por contaminação fecal de água e alimentos.

A poliomielite se encontra em fase de erradicação global. No entanto, a transmissão do poliovírus selvagem persiste em alguns países. Para a efetivação de sua eliminação, as atividades de Vigilância Epidemiológica e de vacinação devem ser priorizadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 1988, na 41ª Assembléia Mundial de Saúde, elaborou uma resolução com o objetivo de erradicar a poliomielite causada por vírus selvagem.

Para isso, são utilizadas, até hoje, três estratégias: altas taxas de cobertura vacinal, instituição de doses suplementares, por meio de dias nacionais de vacinação; e, finalmente, o desenvolvimento de programas de vigilância epidemiológica e laboratorial eficazes. Com isto, os resultados obtidos foram expressivos, o que levou à erradicação da pólio em quase todo o planeta”.

Levantamentos recentes revelam que “algumas regiões ainda são afetadas pela doença. De 2003 a 2005, o continente africano apresentou circulação do vírus, o que representou um retrocesso. Países com fragilidade nas ações de vigilância, onde a poliomielite já se encontrava erradicada, foram reinfectados devido ao fluxo migratório de pessoas vindas de locais onde a doença é endêmica, isto é, que ocorre durante o ano todo.

A pólio se propagou para 16 países. Em 2006, Paquistão, Índia, Afeganistão e Nigéria permaneceram endêmicos para pólio. Apesar dos desafios, o mundo tem se aproximado da erradicação da doença”.

Nenhum comentário: