segunda-feira, 16 de junho de 2008

A ‘Humanização dos CTIs’ é tema de encontro na AMMG

O ambiente cheio de aparelhagens, ruídos, cobranças; a corrida contra o tempo; e a convivência com a possibilidade de morte, que fazem com que o CTI seja um local de estresse e sofrimento, embora todo esse aparato vise um tratamento especializado e de qualidade ao paciente é tema do II Encontro de Tanatologia sobre a Humanização dos CTIs, que a Sociedade Mineira de Tanatologia promove nesta segunda-feira, dia 16, às 19h30min, na Associação Médica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, 161), em Belo Horizonte.

Durante o encontro, médicos, profissionais da área da saúde e pessoas que passaram por alguma experiência com pacientes internados no CTI, falarão sobre o sofrimento causado pela internação e possíveis ações que visam à humanização dos Centros de Tratamento Intensivo. “Muitos dos profissionais envolvidos não têm a capacitação em lidar com a morte e com as más notícias, nem mesmo com as questões éticas ligadas ao morrer, preocupando-se somente em manter a vida, o que só prolonga a morte”, acredita a psiquiatra e presidente da Sociedade Mineira de Tanatologia (Sotamig), Mariel Paturle.

De acordo com a palestrante do encontro, a psicóloga Márcia Viegas, o acesso limitado às informações sobre o quadro clínico e o isolamento social dos pacientes são as principais queixas dos familiares. “O CTI é um local marcado pela urgência, mas, nem por isso, podemos deixar de oferecer acolhimento, orientação e apoio emocional. Propiciar um espaço de escuta, visando diminuir o nível de ansiedade nas pessoas que acompanham todo o processo, é fundamental. A família, quando bem acolhida, estabelece um vínculo de confiança com a equipe e com o serviço, colaborando e sendo um grande aliado no tratamento do paciente”, enfatiza a psicóloga.

Apesar de ainda ser um caminho longo a se percorrer para “humanização” nos Centros de Tratamentos Intensivos, especialistas acreditam que, aos poucos, a realidade fria e muitas vezes cruel desse ambientes pode ser modificada. “Humanizar o CTI é tentar romper com a visão tradicional de um lugar onde o paciente estaria à espera da morte e, por isso, só poderíamos servi-los de acordo com as suas necessidades biológicas, seguindo somente as prescrições médicas”, completa Márcia Viegas.

“A necessidade da capacitação dos profissionais que trabalham nesses centros e da atuação de uma equipe multidisciplinar também é um ponto importante no tratamento”, afirmam os especialistas em Tanatologia. A atuação em conjunto de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais é considerada por eles “um fator importante para que o paciente receba um cuidado integral e seja visto, além do ponto de vista orgânico, também em seus aspectos psicológicos, sociais e espirituais”.

A entrada é franca, mas as vagas são limitadas. Inscrições e informações pelos telefones (31) 3247-1616 e/ou 3247-1600.

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