sexta-feira, 20 de junho de 2008

A História de ‘Édipo Rei’ chega à praça de Belo Horizonte

Hoje, dia 20, e amanhã, 21, o Grupo Teatro Andante apresenta, às 20h, na Praça Duque de Caxias (Santa Tereza), em Belo Horizonte, sua mais nova montagem: um espetáculo de rua, tendo por base o clássico “Édipo Rei”. Vencedor do Prêmio Miriam Muniz 2008, da Funarte, este projeto é a volta do Andante, depois de anos dedicado à circulação de seu repertório, com os espetáculos “Olympia”, “Musiclown”, “Grande Cello” e “Forina e Fusaca”, que rodaram Minas Gerais, diversos Estados brasileiros e outros países (Argentina, Itália e Alemanha).

A peça é um texto atual porque grande parte das pessoas já ouviu falar em Édipo, ao menos através do “complexo do Édipo”, popularizado pela psicanálise. Mas o mito de Édipo é mais do que isso: fala da ambição, do poder, da impunidade, dos limites do público e do privado, da importância de cada pessoa assumir sua própria história, a grande questão entre a determinação do destino e o livre arbítrio, etc.

Sem dúvida esta será uma ótima oportunidade para o público mineiro, assistir a um texto teatral que tem cerca de 2.500 anos. “Édipo Rei” é uma das peças clássicas gregas das mais populares, sendo sempre montada e sofrendo as mais diversas adaptações e interpretações em todo o mundo. Nesta montagem de Édipo Rei para a rua, o Grupo Teatro Andante construiu um espetáculo ousado na linguagem, politicamente atual e contundente na comunicação com o público.

Fortificando sua pesquisa no trabalho do bastão, na pré-expressividade, no jogo do ator, e entre o ator e os outros elementos da encenação como a música, o espaço e a própria platéia, o Grupo Teatro Andante volta à rua, cara a cara com o público, contando uma das histórias mais famosas da humanidade. O mito de Édipo é abordado sob vários ângulos, como a busca do poder, a relação público-privado, a determinação do destino versus o livre arbítrio. Fazendo do público o “povo de Tebas” os atores, através de elementos simbólicos, revivem este texto de 2500 anos. A trilha sonora é ao vivo. O cenário é um andaime, um palanque, uma tribuna, um monólito que dá a dimensão para criar a relação de grandeza da tragédia.

Mais uma vez, o Andante apresenta na linguagem desse espetáculo, aquilo que faz parte das suas pesquisas: o teatro apresentado sem truques, com todo o jogo explícito e compartilhado com o público. Não há rotundas, não há coxias, e o espaço é em forma de arena.

Escrita por Sófocles em 463 a.C, narra a tragédia de Édipo e Jocasta, A História Trágica de Édipo Rei, tem direção do premiado diretor mineiro Marcelo Bonés; a adaptação e a dramaturgia são do Grupo Teatro Andante; e o texto é de José Carlos Aragão. No elenco estão Ângela Mourão, Beto Militani, Gladys Rodrigues e Glauco Mattos. A direção musical é de Claudia Cimbleris, os figurinos são de Marney Heitmann e a iluminação é de Chico Pelúcio e Felipe Cosse. A produção é do Grupo Teatro Andante.

Em seus 18 anos de existência, o Andante tem como eixos condutores de seu trabalho a pesquisa de linguagens cênicas, as técnicas do teatro contemporâneo e os espaços alternativos de apresentação, principalmente a rua. Esta é uma experimentação constante do Grupo. “Musiclown”, “Grande Cello” e “Forina e Fusaca”, espetáculos de rua com trajetórias intensas no repertório do Andante.

O Grupo Teatro Andante também teve outras experiências de teatro de rua com a participação de seus membros em trabalhos produzidos por outros grupos teatrais. Marcelo Bones dirigiu “As Mulatas de Chico Rodrigues” com o Grupo Deu Palla; a encenação clownesca para rua de “O Beijo no Asfalto,” do Grupo Reviu a Volta; “A Sombra do Sucesso”, da Cia Burlantins; e “Bicicleta Branca”, do Grupo ArCênico. Ângela Mourão, também fundadora do Andante, dirigiu, em 2003 "A Barrigada", para rua, com os formandos do CEFAR, do Palácio das Artes.

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