terça-feira, 24 de junho de 2008

Poeta Adão Ventura é homenageado no 'Terças Poéticas'


Para encerrar a edição de junho do Projeto “Terças Poéticas”, o poeta e músico montes-clarense, Waldemar Euzébio Pereira faz uma homenagem ao poeta serrano, Adão Ventura. A apresentação será às 18h30min desta terça-feira, dia 24 de junho. Com entrada franca, o “Terças Poéticas” acontece sempre nos jardins internos do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

As composições musicais versarão sobre poemas musicados e músicas de trilhas sonoras feitas para o teatro. Waldemar Euzébio Pereira contará com as participações especiais da cantora Gabriela Pilati e dos escritores e poetas Barroso da Costa, Socorro Coelho, Gina Pilati, Ronaldo Zenha e Zeneida Rena. Para homenagear o poeta Adão Ventura, Waldemar Euzébio (foto Gabriela Pilati) compôs uma trilha sonora especial para os poemas da primeira fase de Ventura, extraídos dos livros “Abrir-se um abutre ou mesmo depois de deduzir dele o azul” e “As musculaturas do Arco do Triunfo”. Os poemas característicos da segunda fase, relativos a temas raciais, também integram a apresentação.

Adão Ventura Ferreira Reis nasceu em Santo Antônio do Itambé, então distrito do Serro, MG, em 1946. Mudando-se para Belo Horizonte, formou-se em Direito pela UFMG, em 1971. Em 1973, esteve nos Estados Unidos, lecionando Literatura Brasileira na Universidade do Novo México e participando do “International Writing Program”, da Universidade de Iowa, destinado ao intercâmbio entre escritores jovens. Depois de exercer várias atividades, mudou-se para Brasília, onde presidiu a Fundação Palmares, entidade governamental dedicada à cultura negra.

Ventura obteve prêmios com a sua poesia e tem poemas traduzidos para o inglês, espanhol, alemão e húngaro. Publicou “Abrir-se um Abutre ou Mesmo Depois de Deduzir Dele o Azul” (1970), “As Musculaturas do Arco Triunfo” (1976), “Jequitinhonha – Poemas do Vale” (1980), “Texturaafro” (1992), “Litanias de Cão” (2002), e “A Cor da Pele”, que recebeu sucessivas edições e adoções em vestibulares, tornando-se não apenas o seu livro mais famoso, mas colocando-o como um dos maiores poetas brasileiros negros do século XX.

Para Ferreira Gullar, “poesia de Ventura não é uma poesia poética, de quem deseja mostrar o lado encantador do real, é poesia-denúncia, de quem já não tolera a mentira e a farsa. E essa revolta é tão verdadeira que chega a alterar a matéria de sua linguagem”.

Esta é a segunda homenagem que o projeto Terças Poéticas presta ao poeta Adão Ventura falecido em Belo Horizonte, em junho de 2004, quando se preparava para editar suas obras completas e dezenas de poemas inéditos.

Nenhum comentário: