sexta-feira, 16 de maio de 2008

‘Minas ao Luar’ festeja os 65 anos do Conjunto da Pampulha



Da Ascom/PBH

Nesta sexta-feira, dia 16, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte completa 65 anos. E para festejar o aniversário do Complexo Arquitetônico da Pampulha, o mago do cavaquinho, Waldir Silva, preparou, com o seu grupo, um repertório especial para o “Minas ao Luar” desta noite, a partir das 20h, no cenário que consagrou os donos da festa, em Belo Horizonte.

É que o conjunto da Pampulha rompeu com os traços retos e conservadores da arquitetura nacional da década de 40 e se transformou na mais arrojada realização do governo Juscelino Kubitschek, então o prefeito da cidade. Até hoje, após ter sido tombado pelos Institutos do Patrimônio Histórico nacional e estadual, o complexo de obras se configura como referência da arquitetura modernista no Brasil e no mundo.

Projetado pelo mestre da arquitetura, Oscar Niemeyer, o Cassino da Pampulha, que mais tarde se transformou no Museu de Arte, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube levaram apenas nove meses para sair do papel e se tornar realidade, em maio de 1943. Pouco depois, em 44, foi erguida a Igreja de São Francisco de Assis (foto/Divulgação-PBH), criada para abençoar as obras. A pressa refletia a ousadia de JK, que tinha como metas principais a remodelação do centro urbano e a criação de um espaço de cultura e lazer, escasso na BH da década de quarenta. O conjunto foi valorizado pela contribuição de artistas renomados: nos painéis de Portinari, no paisagismo de Burle Marx, nas esculturas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa. Mais tarde, os estádios do Mineirão e Mineirinho foram incorporados ao cartão postal da cidade, para sediar eventos esportivos e culturais, assim como o Zoológico, o Centro Hípico da Lagoa e o parque de diversões Guanabara.

Após seis décadas e meia, Oscar Niemeyer ainda se refere a Pampulha com um carinho especial. “Foi praticamente o meu primeiro trabalho. Ao projetar a Igreja, a Casa do Baile e o Cassino, eu mostrei que prefiria uma arquitetura diferente, criando surpresa, procurando atingir o nível superior de obras de arte. A Pampulha fez tanto sucesso que JK veio ao meu escritório e disse: “Oscar, nós fizemos a Pampulha, agora vamos fazer a nova capital (Brasília)”, relembra.

A grandiosidade do Complexo impressionou profissionais de todo o mundo, inclusive da Europa, considerada referência na arquitetura mundial. “A Pampulha significa a maturidade e a modernidade da arquitetura do Brasil. Influenciou até mesmo os pioneiros, modificando o jeito de fazer arquitetura”, relata o arquiteto urbanista e ex-secretário regional da Pampulha, Flávio de Lemos Carsalade, autor do livro “Pampulha”, que trata da história da região.

Para o prefeito Fernando Pimentel, “Belo Horizonte tem um compromisso com esse marco arquitetônico, com o seu futuro, com a preservação daquilo que foi uma das raízes mais importantes da arquitetura modernista do mundo inteiro”.

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