terça-feira, 27 de maio de 2008

Encontro em Minas analisa recuperação da bacia do rio Doce

Da AGÊNCIA MINAS

As ações de recuperação da Mata Atlântica executadas na bacia hidrográfica do rio Doce, região Leste do Estado, serão avaliadas nesta terça e quarta-feira, dias 27 e 28, num encontro, em Belo Horizonte, promovido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Um acordo estabelecido entre o Estado de Minas Gerais e a Organização Internacional de Madeiras Tropicais (ITTO) viabiliza, desde 2004, a realização do “Projeto Piloto de Recuperação Florestal de Áreas Degradadas do Médio Rio Doce” na região.

Além do encontro, será também realizado um dia de campo na localidade de Alto Capim, onde serão visitadas áreas plantadas e o viveiro de mudas. As atividades terão a participação de cerca de 50 representantes dos oito municípios onde o projeto é desenvolvido: Aimorés, Divino das Laranjeiras, Governador Valadares, Alpercata, Mutum, Resplendor, São Geraldo do Baixio e Taparuba.

O projeto ITTO/IEF executa ações de recuperação florestal às margens dos rios, no entorno de nascentes e em áreas de recarga hídrica, além de incentivar a criação de florestas plantadas. O projeto conta com recursos da ordem de R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 500 mil investidos pelo Governo de Minas.

Até o fim de 2007, cerca de 400 hectares de áreas degradadas foram recuperadas com o plantio de cerca de 300 mil mudas de espécies nativas produzidas nos viveiros do IEF da região. O projeto ainda estimula a participação da comunidade local com a capacitação de técnicos, professores e produtores rurais envolvidos.

O trabalho de recuperação florestal da região do rio Doce ganhou um importante aliado com a assinatura, em 2007, de um convênio do Governo do Estado com o Instituto Terra, associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 1998, pelo fotógrafo Sebastião Salgado e Lélia Deluiz Wanick Salgado.

Com previsão de execução até 2010, a parceria vem facilitando cursos de capacitação e treinamento de agricultores e representantes comunitários, visando à educação, proteção e recuperação ambiental da Mata Atlântica na região. O convênio prevê investimentos de cerca de R$ 1,3 milhão nas ações de recuperação da Mata Atlântica, especialmente na formação de corredores ecológicos entre os fragmentos de floresta, com o objetivo de inibir a desertificação na bacia do rio Doce.

O viveiro de mudas na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, pertencente ao Instituto Terra, foi ampliado, e sua capacidade de produção, em três anos, será de 1,5 milhão de mudas. O projeto de recuperação da Mata Atlântica é desenvolvido na Reserva desde 1999 e já foram plantadas 1,08 milhão de mudas de 293 espécies nativas, em 334,3 hectares de áreas anteriormente ocupadas por pastos ou degradadas.

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