quinta-feira, 19 de março de 2009

SES/MG alerta para cuidados com a alimentação no calor

Da AGÊNCIA MINAS

“Durante o calor (‘escaldante’, nos últimos dias, principalmente, em grande parte do território mineiro), todos devem redobrar os cuidados com a alimentação, pois a ocorrência de surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos e Água (DTAs) é potencializada nesses períodos. Isto acontece porque a elevação da temperatura propicia maior alteração do alimento, e a maioria das bactérias patogênicas (que causam mal à saúde) se desenvolvem melhor em temperaturas altas, embora alguns microorganismos possam crescer em temperaturas abaixo de 5°C”. O alerta é da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG).

A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) define “surto de DTAs” como “episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem”. Como exemplo, “doenças que afetam o intestino, causando diarréia e Gastroenterite, Salmonelose, Botulismo, Febre Tifóide, Brucelose, Toxoplasmose, Cólera, Hepatite A, Cisticercose, entre outras, são algumas que se caracterizam como DTAs”.

Dados parciais da SES/MG revelam que, em 2008, foram notificados 85 surtos de DTAs no Estado, quando 2.321 pessoas adoeceram e uma morreu. Já em 2009, foram notificados, até o momento, 5 surtos, 119 pessoas adoeceram e, felizmente, nenhum óbito foi registrado.

Segundo a responsável pela Referência Técnica em Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar da SES/MG, Renata Boldrini, “essas enfermidades surgem devido à ingestão de alimentos ou água contaminados por inúmeros agentes etiológicos, como bactérias, vírus, fungos ou parasitas. E se não forem tratadas adequadamente, como no caso das desidratações severas, em crianças e idosos principalmente, podem levar à morte”.

Especialistas informam que “as DTAs se expressam por um grande elenco de manifestações clínicas, dentre as quais se destacam: febre, náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal, diarréia, mal-estar, tontura, cefaleia, alterações neurológicas, prostração, desidratação, podendo, em alguns casos, evoluir para óbito. A técnica da SES/MG explica que crianças e idosos são os grupos mais vulneráveis. “Nestas faixas etárias, o organismo está mais vulnerável, e ser afetado pela ingestão de alimentos ou água contaminados. No caso das crianças, o peso corpóreo (em relação ao de um adulto) é um fator muito importante nas doenças transmitidas por alimentos”, esclarece.

Renata Boldrini recomenda que, se os sintomas se tornarem mais duradouros e/ou severos, principalmente com persistência de febre alta e/ou diarréia abundante (aquosa), desidratação e sangue nas fezes e, no caso de acometimento em crianças, idosos, gestantes e imunodeprimidos, o paciente deve procurar um médico. “Não devemos nos automedicar (bicarbonato de sódio, antibiótico etc). A melhor conduta é aumentar a ingestão de líquidos, principalmente água e/ou soro de reidratação oral” para repor as perdas e evitar a desidratação. “Se a diarréia persistir, deve-se procurar um médico”, reforça.

Como a vida moderna obriga inúmeras pessoas a se alimentarem fora, os técnicos da Secretaria da Saúde de Minas dão algumas dicas para quem não pode fazer refeições em casa, e até para quem ainda pode ter essa comodidade.

Segundo eles, “os transtornos alimentares podem ser evitados ao se adotar práticas adequadas em todas as etapas de preparo e consumo dos alimentos, tais como: não misturar alimentos crus com alimentos cozidos; não permitir a exposição dos alimentos cozidos em temperatura ambiente por mais de duas horas (refrigere o mais rápido possível os alimentos cozidos e perecíveis, preferencialmente abaixo de 5°C e mantenha a comida quente acima de 60°C); lavar as mãos antes e depois de manipular alimentos; cozinhar os alimentos em temperatura adequada e utilizar somente água potável para preparar os alimentos; não guardar comida por muito tempo, mesmo que seja na geladeira, não descongelar os alimentos à temperatura ambiente; não utilizar alimentos depois da data de vencimento; e cuidado ao consumir alimentos já processados e inócuos, como leite pasteurizado e água tratada”.

Especialmente para quem se alimenta fora de casa, a dica da referência técnica da SES/MG é verificar as condições higiênico-sanitárias dos locais onde se alimenta, tais como: higiene do ambiente, dos utensílios e dos funcionários que manipulam os alimentos. “Também é importante observar como os alimentos estão dispostos no local para venda ao consumidor. Em self-service e lanchonetes, por exemplo, observar se os alimentos estão no balcão em temperatura adequada (quente ou fria) e se estão devidamente protegidos. Caso identifique alguma irregularidade, procure a vigilância sanitária do município onde está localizado o estabelecimento, e denunciem seus proprietários ou gerentes inescrupulosos em relação à saúde humana”, alerta Renata Boldrini.

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