terça-feira, 31 de março de 2009

Loyola Brandão reabre o ‘Ofício da Palavra’, em BH



Para a abertura do terceiro ano do Projeto “Ofício da Palavra”, que está em sua 20ª edição, o Instituto Cultural Flávio Gutierrez traz a Belo Horizonte o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão para um bate-papo sobre escrita, livros e literatura. O encontro com o contista e romancista será às 19h30min desta terça-feira, dia 31, no Museu de Artes e Ofícios de BH (Praça da Estação), no Centro da Capital mineira. A entrada é gratuita, condicionada à lotação do espaço (150 pessoas).

Um dos mais respeitados autores brasileiros, Loyola recebeu, ano passado, o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção, com o livro infanto-juvenil "O Menino que Vendia Palavras". Não é o primeiro Jabuti do escritor, eleito em 2007 para a Cadeira 37 da Academia Paulista de Letras: em 2000 ele ganhou na categoria de melhor livro de contos, com o livro “O Homem que odiava a segunda-feira”.

Aos quase 45 anos de carreira, Loyola Brandão (foto/Divulgação) publicou 32 livros, sendo dois de viagens, Cuba e Alemanha, e os outros de ficção, romances, contos, infanto-juvenis, como “Zero”, obra polêmica que ficou proibida nos tempos da ditadura militar; “Não Verás País Nenhum”; “O Verde Violentou o Muro”; “Bebel Que a Cidade Comeu”; “Dentes ao So”l; “Cadeiras Proibidas”; “O Beijo Não Vem da Boca”, “O Anônimo Célebre” e “A Altura e a Largura do Nada”. Muitos destes títulos estão hoje traduzidos para várias línguas, entre elas o húngaro, o alemão e o coreano.

Nascido em Araraquara, São Paulo, Ignácio de Loyola iniciou sua carreira com apenas 20 anos de idade, quando se mudou para a Capital paulista, e foi trabalhar no Jornal “Última Hora”, onde ficou por 10 anos, tendo sido repórter, colunista e editor de Variedades. Em 1966, entrou para a Revista Cláudia, com passagem também pela “Realidade”, uma das maiores revistas dos anos 60, e editou a Revista Setenta, primeira tentativa de se fazer uma Vogue brasileira. De 1979 e 1990, esteve fora da imprensa. Em seguida, assumiu a direção da Revista Vogue, passando, também, a escrever crônicas para o jornal “Folha da Tarde”. Em 1980 esteve em diversos estados norte-americanos, a convite da Fundação Fullbright, para ministrar conferências em universidades. Atualmente, Loyola é cronista do jornal “O Estado de S. Paulo”, em cujo Caderno 2, escreve todas as sextas-feiras.

O livro “Bebel que a cidade comeu”, primeiro romance, lançado em 1968, foi adaptado para o cinema por Maurice Capovilla, que o roteirizou, juntamente com Mário Chamie e o próprio Loyola, que descobriu mais um ofício e paixão. O filme recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de "Melhor Roteiro Cinematográfico".

Para o curador do “Ofício da Palavra”, José Eduardo Gonçalves, “Loyola mantém, ao longo dos anos, uma intensidade narrativa e uma qualidade técnica invejáveis, que se refletem em uma obra múltipla e vigorosa, que tem lugar definitivo no panorama da literatura brasileira das últimas décadas.” E completa: "Iniciar a terceira temporada do Ofício da Palavra com o Loyola é prova da vitalidade que o projeto sinaliza para 2009".

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