sábado, 1 de setembro de 2012

Perdidos ‘na manha’/das eleições



Depois de duas semanas de programas eleitorais gratuitos no rádio e na televisão, e a pouco mais de um mês das próximas eleições municipais, “muita água ainda ‘pode’ passar por debaixo da ponte” – em muitos lugares, ou simplesmente, “nem passar...” – em outros. São alguns dos fenômenos políticos que se repetem a cada eleição (Foto/Ilust. compartilhada Facebook/Jackson Gomes Pinto).

Trocando em miúdos, o esperado aguaceiro de doações financeiras às campanhas políticas não vem (o)correndo, como se esperava. Seja pela própria dificuldade em se conseguir o “vil metal”, seja, principalmente, por medo de que, por força de recibos (com informações cadastrais de quem doa e de quem recebe) e cruzamento de informações contábeis, devidamente fiscalizadas pelo Tribunal Eleitoral, os doadores tenham que prestar contas ou, sejam, simplesmente, conhecidos. “Exceto no caso de Belo Horizonte (em que um dos principais candidatos à PBH tem ‘cacife financeiro’ para bancar, até sozinho, a própria campanha”, quando muito, “a arrecadação está bem aquém do que se esperava”, é voz geral. “Até agora, no máximo, três por cento, se tanto (em relação à expectativa), têm sido arrecadado”, garante um desanimado marqueteiro experiente.

Em alguns municípios, a falta de dinheiro é tanta que, sem condições de contratar profissionais especializados, nem pesquisas têm sido feitas. E os programas eleitorais de rádio, notadamente, os de menor duração, ainda estão limitados a pequenas inserções comerciais dos candidatos, ou seus responsáveis tendo que “rastejar a bandeja em busca de recursos”, quase sempre em “migalhas”.

Nem em outras cidades, que podem contar com marqueteiros competentes, a situação não é tão melhor – nem para as agências de Marketing Político, nem para boa parte dos candidatos às prefeituras. Até as últimas eleições municipais, normalmente, no máximo, até o início da segunda quinzena de julho, as agências já estavam escolhidas, os profissionais contratados e os trabalhos já iniciados, em alguns casos, desde o mês anterior, notadamente nas campanhas apoiadas pelo “maior, mais poderoso e importante partido de Minas, o PL (Palácio da Liberdade)”.

Hoje, muita coisa vem se alterando e se alternando, a partir da mudança do centro do poder (que dá poder ao partido citado acima) para a Cidade Administrativa, distante do Centro da Capital mineira. Aliás, a campanha, aqui, continua, convenientemente, na base do “fogo-amigo”, já que os principais candidatos são afilhados dos caciques nacionais e, guardadas algumas proporções, praticamente “farinha do mesmo saco”, já que, até recentemente, vinham se servindo da mesma fonte, do mesmo poder. Comenta-se que, devido a turras passadas, os “homens-da-campanha” de Márcio Lacerda é que não morrem de amores entre si – Paulo Vasconcelos, amigo-do-peito de Aécio, e Cacá Moreno, da confiança de Lacerda –, cabendo ao licenciado secretário de Comunicação da PBH, Regis Santos, o papel de “cupido”, com poderes, na campanha, até para admitir e demitir equipes.

Sem contar os marqueteiros avulsos – como Marco Otávio, que fez o colega Márcio Fagundes trocar “a penúria do PPL, de Tadeu Martins”, em BH, por uma “campanha de Formiga” (no Oeste de Minas) –, as agências é que “têm rebolado” ou “se virado” para conseguir uma fatia cada vez menor do bolo de marketing das campanhas no Interior mineiro, cujas contas, agora, mais do que nunca, estão divididas também com as empresas locais e regionais. É o caso, por exemplo, das agências de Comunicação “Atitude...” e “Fórmula P”, muito conhecidas no Triângulo Mineiro. Estas atendem a dois candidatos bem cotados, em Uberaba: a primeira, por indicação do Dep. Fed. Marcos Montes (DEM), está com a campanha do Dep. Antônio Lerin (PSB), cujo coordenador é o conhecido João Franco, ex-poderoso diretor-geral da Assembleia de MG (à época da passagem do seu atual desafeto, Ânderson Adauto, pela presidência do Legislativo mineiro) e que, até pouco tempo, acumulava duas secretarias municipais no Executivo atual; e a segunda, com a do Dep. Fed. Paulo Piau (PMDB), ambos com boas chances de vitória no próximo pleito.

Curiosamente, e, ao que parece, a “Solis”, que era responsável pelas polpudas contas publicitárias da Câmara e da Prefeitura uberabenses, por “sugestão”, claro, do “padrinho” dos jovens donos da Agência, o polêmico ex-ministro Ânderson Adauto (PMDB), tem sua tropa-de-campanha fora da relação dos principais marqueteiros trabalhando na região, nessas próximas eleições. Talvez, porque ao se debandar para a trincheira petista, na tentativa de recuperar seu espaço político, disputado até na Justiça, o atual ocupante do trono municipal de Uberaba tenha encontrado, já trabalhando na campanha do Dep. Adelmo Carneiro Leão, postulante à sua sucessão à frente do Executivo local, uma agência de Belo Horizonte, por sinal, recordista em campanhas políticas, este ano, em todo o território mineiro.

Historicamente, responsável pelas campanhas de candidatos apoiados pelo Governo de Minas (PSDB e sua base política), a agência de Paulo Vasconcelos, certamente, preocupada com esse tempo-de-vacas-magras, está fazendo a campanha (quem diria?!) do candidato do PT, Dep. Durval Ângelo, à Prefeitura de Contagem, na Grande BH. Além desse contrato, o conhecido publicitário, agora sem seu braço-direito, Fábio Valença, que, praticamente, mudou-se para o Rio de Janeiro, só ficou com as campanhas do Dep. Luiz Humberto Carneiro – que tem tirado o sono de muita gente na Cidade Administrativa, especialmente, no Palácio Tiradentes, pois, dificilmente, o candidato do PSDB conseguirá ultrapassar o petista Dep. Fed. Gilmar Machado –, na corrida pela Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Dep. Fed. Jairo Ataíde (DEM), em Montes Claros; e “só a metade da campanha de Márcio Lacerda (PSB)”, em Belo Horizonte.

Mas, pelo que se tem notícia, os dois maiores pratos desse “pitéu” (termo ressuscitado por “Seu Tunico”, personagem da atual novela “Gabriela”) ficaram mesmo com duas agências de Comunicação da Capital mineira. A “Fúria...”, de outro Cacá, o Soares, e de seu companheiro Luiz Carlos, está “saboreando” campanhas em nada menos de 12 municípios: Caeté, Cel. Fabriciano, Itabirito, Janaúba, João Monlevade, Nova Lima, Paracatu, Pompéu, S. João Del Rei, Timóteo, Uberaba e Varginha; e a “Faz!”, do competente Helinho Faria, abocanha quase 10 “nacos” desse “acepipe”, destacando-se os trabalhos para candidatos de Caeté, Pará de Minas, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano, além de um outro, “degustado” além das montanhas mineiras – no caso, a campanha de um candidato à Prefeitura de Florianópolis-SC. Enquanto um deputado da base aliada do Governo mineiro, com influência a partir de Varginha, onde já foi prefeito (1983 a 1988), estufa o peito e garante que, “desta vez, vamos derrotar o PT também no nosso Sul de Minas”, a “Faz!” bate em retirada e, literalmente, deixa de fazer uma campanha “interessante” para muitos colegas. É que, segundo seu titular, a Agência “não é mais” a responsável pela campanha da herdeira política do saudoso José Aparecido de Oliveira – Maria Cecília –, à Prefeitura de Conceição do Mato Dentro.

Na RMBH, a campanha política já esquentou, principalmente nos municípios mais próximos da Capital mineira. Tanto, que merece um espaço especial nas próximas edições deste Blog, que, por sinal, e, como não poderia deixar de ser, estranha o pedantismo de uma marqueteira, cujo nome nem o candidato a que(m) atende sabe o nome. Pasmem! Ela, simplesmente, determina a uma colega da sua equipe, que avise a quem a chamou, ao telefone, que, “melhor do que esperar que ela retorne sua ligação, é mandar um e-mail” para a vaidosa publicitária. “Tem base?” – perguntaria o saudoso “Colírio”, de Abaeté.

Antes disso, porém, vamos ao Leste mineiro, “assuntar” a política nos municípios de Valadares e Guanhães. No primeiro, um certo coronel(ismo) se agasalha em ninho-de-alta-plumagem, e insiste em dar pitacos na política, como fazia, dando ordens, em seus idos tempos de caserna; e, no segundo, pelos programas eleitorais gratuitos de rádio que tenho ouvido, principalmente, pela Internet, o pessoal de campanha dos candidatos à Prefeitura de Guanhães, a minha amada terrinha, tem pisado-na-bola e me deixado “pasmo” com tamanha falta de profissionalismo e ética. Verdadeiro pano-pra-manga, que o assunto deve render ao ser “costurado”, no próximo “post”, aqui, neste espaço.
Aguardem!!!

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